Um grupo de investigadores do Departamento de Engenharia Electromecânica da Universidade da Beira Interior tem desenvolvido projectos com o intuito de explorar o conceito de colheita de energia, como, por exemplo, “gerar a electricidade necessária numa discoteca a partir da energia gerada pelo movimento dos seus frequentadores” sublinha António Espírito Santo, um dos docentes e investigadores do projecto juntamente com Bruno Ribeiro e Pedro Dinis.
O conceito de colheita de energia (energy harvesting), embora não seja completamente novo, consiste na captação da energia disponível no ambiente de utilização do dispositivo e posterior na transformação em energia eléctrica. A evolução tecnológica da última década tornou possível a concretização deste conceito. A sua introdução tem permitido construir dispositivos sem bateria, de reduzido impacto ambiental, que funcionam sem necessidade de uma fonte de energia externa.
As fontes de energia disponíveis onde é possível aplicar o conceito encontram-se essencialmente em quatro formas diferentes: radiação electromagnética na gama do visível e da radiofrequência, gradientes térmicos e de movimento, onde se incluem o escoamento de fluidos e as vibrações.
Os painéis solares fotovoltaicos são, neste momento, uma solução comum e bem estabelecida comercialmente. São utilizados numa vasta gama de dimensões e de escalas de potência. Embora o custo seja um parâmetro essencial na geração fotovoltaica em larga escala, na pequena escala a disponibilidade de luz é a principal limitação à sua utilização. A libertação de calor, seja por animais ou equipamentos, pode ser captada fazendo uso de transdutores termoeléctricos ou termoquímicos. A energia disponível na radiação electromagnética também tem sido explorada, onde a disponibilidade de níveis de potência significativos é novamente uma limitação. O movimento proporciona uma das fontes de energia mais comuns. A energia cinética é transformada em energia eléctrica através de um transdutor, que pode ser piezoeléctrico, electromagnético ou electrostático.
Segue-se a apresentação de dois trabalhos dos alunos Agostinho Dinis, Hélder Martins e Filipe Casimiro, os quais exemplificam a aplicação do conceito em situações diferentes.
O aproveitamento energético do vento requer o conhecimento da velocidade do vento e da sua orientação no local onde se pretende implantar o sistema de produção de energia. As características eólicas de um local dependem da sua orografia e variam ao longo do ano, obrigando a que a sua caracterização seja feita tendo por base a recolha de dados por longos períodos de tempo. A identificação desta necessidade deu origem a um equipamento de monitorização eólica que funciona sem baterias, recolhendo do vento a energia que necessita para funcionar. Para além da aquisição da velocidade do vento e da sua direcção, os dados armazenados no dispositivo podem ser acedidos por uma rede sem fios.
Noutra vertente, a busca por soluções alternativas para a geração de energia eléctrica levou ao desenvolvimento de um dispositivo capaz de efectuar a colheita de energia gerada pelo Homem quando este se desloca ao longo de um pavimento. O sistema de colheita de energia faz uso das propriedades dos materiais piezoeléctricos. O deslocamento do indivíduo no pavimento, no qual está incluído o material piezoeléctrico, provoca uma deformação da qual resulta a produção de energia eléctrica, armazenada para uso posterior.
Retirado do UBInforma n.º 171.
O conceito de colheita de energia (energy harvesting), embora não seja completamente novo, consiste na captação da energia disponível no ambiente de utilização do dispositivo e posterior na transformação em energia eléctrica. A evolução tecnológica da última década tornou possível a concretização deste conceito. A sua introdução tem permitido construir dispositivos sem bateria, de reduzido impacto ambiental, que funcionam sem necessidade de uma fonte de energia externa.
As fontes de energia disponíveis onde é possível aplicar o conceito encontram-se essencialmente em quatro formas diferentes: radiação electromagnética na gama do visível e da radiofrequência, gradientes térmicos e de movimento, onde se incluem o escoamento de fluidos e as vibrações.
Os painéis solares fotovoltaicos são, neste momento, uma solução comum e bem estabelecida comercialmente. São utilizados numa vasta gama de dimensões e de escalas de potência. Embora o custo seja um parâmetro essencial na geração fotovoltaica em larga escala, na pequena escala a disponibilidade de luz é a principal limitação à sua utilização. A libertação de calor, seja por animais ou equipamentos, pode ser captada fazendo uso de transdutores termoeléctricos ou termoquímicos. A energia disponível na radiação electromagnética também tem sido explorada, onde a disponibilidade de níveis de potência significativos é novamente uma limitação. O movimento proporciona uma das fontes de energia mais comuns. A energia cinética é transformada em energia eléctrica através de um transdutor, que pode ser piezoeléctrico, electromagnético ou electrostático.
Segue-se a apresentação de dois trabalhos dos alunos Agostinho Dinis, Hélder Martins e Filipe Casimiro, os quais exemplificam a aplicação do conceito em situações diferentes.
Sistema de auditoria eólica.
O aproveitamento energético do vento requer o conhecimento da velocidade do vento e da sua orientação no local onde se pretende implantar o sistema de produção de energia. As características eólicas de um local dependem da sua orografia e variam ao longo do ano, obrigando a que a sua caracterização seja feita tendo por base a recolha de dados por longos períodos de tempo. A identificação desta necessidade deu origem a um equipamento de monitorização eólica que funciona sem baterias, recolhendo do vento a energia que necessita para funcionar. Para além da aquisição da velocidade do vento e da sua direcção, os dados armazenados no dispositivo podem ser acedidos por uma rede sem fios.
Produção de energia usando piezoelectricidade.
Noutra vertente, a busca por soluções alternativas para a geração de energia eléctrica levou ao desenvolvimento de um dispositivo capaz de efectuar a colheita de energia gerada pelo Homem quando este se desloca ao longo de um pavimento. O sistema de colheita de energia faz uso das propriedades dos materiais piezoeléctricos. O deslocamento do indivíduo no pavimento, no qual está incluído o material piezoeléctrico, provoca uma deformação da qual resulta a produção de energia eléctrica, armazenada para uso posterior.
Retirado do UBInforma n.º 171.
No response to “Electricidade a partir de uma fonte de colheita de energia está em investigação na UBI”
Leave a Reply