segunda-feira, 22 de junho de 2009

ALTERNATIVA ENERGÉTICA: UNIVERSIDADE DA BEIRA INTERIOR DESENVOLVE “PIZO”

Apostados em desenvolver energias alternativas, investigadores da Universidade da Beira Interior criaram um protótipo que produz electricidade a partir da pressão feita sobre ele. Chama-se “Pizo” e pode vir a revestir os chãos das casas, aeroportos, pontes e outras estruturas. Pela presença de materiais piezoeléctricos, o “Pizo”, ao ser pressionado, por exemplo, pelos passos, produz energia.

Usar a pressão dos passos ou a vibração causada pela passagem de automóveis para produzir energia. Foi neste sentido que o aluno de Engenharia Electromecânica Filipe Casimiro e os professores Pedro Gaspar, António Espírito Santo, Luís Carrilho e Bruno Ribeiro decidiram criar o “Pizo”, um protótipo que constitui um passo em frente no desenvolvimento deste tipo de produção energética.

Os materiais usados não são novos, mas têm grandes potencialidades, no âmbito das energias alternativas. “O projecto consiste no desenvolvimento de um sistema de captação de energia que utiliza as propriedades dos materiais piezoeléctricos, tendo como base o efeito piezoeléctrico directo, gerando uma carga eléctrica sempre que o material está sujeito a uma força mecânica de flexão”, explica ao Canal UP o professor Pedro Gaspar.

Ao ser pressionado, o mecanismo produz energia, depois armazenada em baterias. A carga energética acumulada pode ser usada, depois, para accionar mecanismos eléctricos e electrónicos. Quanto maior for a pressão exercida, mais energia pode ser gerada, daqui que o mecanismo tenha mais potencialidade quando aplicado em locais sujeitos a maiores vibrações.

“A aplicação do pavimento piezoeléctrico é destinada a locais que tenham uma grande afluência de pessoas, como centros comerciais, aeroportos, estações de metro e comboio, de modo a aumentar a sua eficácia. A confluência de pessoas numa determinada área, como bilheteiras, é também uma forma de tornar este sistema mais eficaz. Pode ainda expandir-se este princípio para aplicações militares e até mesmo estradas rodoviárias e estruturas como pontes, sujeitas a vibrações e flexões pelo vento”, refere o professor da Beira Interior.

O “Pizo” pretende ser mais um passo na investigação das potencialidades destes materiais como fontes energéticas, alternativas às não renováveis. “A criação de sistemas de geração/captação de energia deste tipo, implementáveis, viáveis e com uma relação custo/benefício aceitável, necessita de uma forte componente de investigação para a qual este estudo pretende contribuir”, diz Pedro Gaspar.

Por enquanto, a energia produzida por este mecanismo é bastante reduzida. “Economicamente e na actualidade, esta é ainda uma tecnologia bastante dispendiosa para a geração de grandes potências, pelo que a maioria das aplicações existentes se serve apenas de pequenos geradores ou actuadores piezoeléctricos destinados fundamentalmente a apresentar as potencialidades deste conceito”, explica o docente.

Apesar de ter sido criado a uma micro-escala, o “Pizo” pode vir a ser desencadear novos equipamentos que produzam energia a cada passo do Homem, por conseguir captar “energia disponível no ambiente, de reduzido impacto ambiental, que funcionam sem necessidade de uma fonte de energia externa”.

Fonte: Canal UP

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